A saída de umas das integrantes seria imperceptível se ela não fosse importante para nós, principalmente para mim que sempre fui sua fiel companheira.
Porém a vida muda. O ar todo dia se difere do que havíamos inalado anteriormente, e assim é a vida, cheia de surpresas.
Basta uma pessoa se chocar com outra para mudar todo o percurso que se instalava. Basta algumas palavras para se fazer ações equivocadas.
Não sei como tudo chegou a tal ponto, sei que começou quando alguém injetou o veneno da nossa separação numa agulha fraca e de opinião do tipo “José vai com os outros”. Eu pensava que a nossa amizade era de concreto, mas foi feita de alicerces de areia que voam com qualquer tempestade. E assim foi comprovada em alguns meses.
Não quero chorar, nem quero pensar muito no que vai acontecer. A vida muda e eu também mudarei com a vida, como já mudei tantas outras vezes. Esse vem e vai de amigos me incomoda. A gente pensa que está tudo ótimo e basta algumas palavras para tudo aquilo que parecia sólido se gaseificar.
Muitas cenas bonitas já presenciei. Abraços, sorrisos, é incontável o número de pessoas que já passaram pelo meu caminho e conto nos dedos os que ficaram. Será que o problema está em mim? Será que o motivo dessas saídas tão repentinas e sem motivos é tudo fruto do meu comportamento indefinível. Não lembro de ter magoado ninguém, de ter deixado quando precisava, lembro de agir como agiram comigo. Lembro de ter raiva e não perdoar. Lembro de chorar e não falar. Lembro de teimar em ser o ser que eu sempre fui.
Bom, prefiro achar que o erro não foi meu, mas se for tentarei revertes-lho, mas tenho praticamente certeza que não, que estou convicta em algumas opiniões. Só não me diga para deixar o meu orgulho de lado e fingir que aquilo tudo não aconteceu porque isso jamais será apagado da minha mente e do meu coração.
E se no final as coisas não derem certo o jeito é “recolher os despojos do naufrágio e deles fazer um barquinho, sair remando"”Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro”.
Enfim, se for o fim, que seja o melhor fim.