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Tantos suspiros. Emaranhado de emoções. Friozinho na barriga a semana inteira. E o dia mais esperado da minha vida chega.
22.02.2009
Palco do Rock, Salvador, Bahia, Brasil
Lembro dos meus amigos soteropolitanos falando do evento. Da quantidade de pessoas. Dos músicos. Do som que era perfeito. Do jogo de luz. Tudo em minha mente era imaginado, conquistado, desejado. Porém, a realidade toma a pior forma possível. E eu já tenho uma outra idéia sobre o show, que eu tanto esperava ser positivo.
16:00 Chego ao Coqueiral de Piatã. Onde estão as meninas? Já vim preocupada, pois 30 minutos antes tinha entrado na internet e havia um recado da guitarrista Amanda, onde o tempo contado pelo orkut dizia que ela tinha saído da internet há pouco tempo. Traduzindo. Elas acabaram de sair de Feira. Quanto tempo vai levar para chegar até aqui? Que horas vamos ajeitar o som? Todas essas perguntas circulam a minha mente.
Palco do Rock, Salvador, Bahia, Brasil
Lembro dos meus amigos soteropolitanos falando do evento. Da quantidade de pessoas. Dos músicos. Do som que era perfeito. Do jogo de luz. Tudo em minha mente era imaginado, conquistado, desejado. Porém, a realidade toma a pior forma possível. E eu já tenho uma outra idéia sobre o show, que eu tanto esperava ser positivo.
16:00 Chego ao Coqueiral de Piatã. Onde estão as meninas? Já vim preocupada, pois 30 minutos antes tinha entrado na internet e havia um recado da guitarrista Amanda, onde o tempo contado pelo orkut dizia que ela tinha saído da internet há pouco tempo. Traduzindo. Elas acabaram de sair de Feira. Quanto tempo vai levar para chegar até aqui? Que horas vamos ajeitar o som? Todas essas perguntas circulam a minha mente.
Já não tenho a mesma tranqüilidade de antes. Um pensamento negativo chega como uma premonição, e no fim, verei que tinha total razão.
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Atrasos. Atrasos. Nunca gostei do dito cujo. Sempre organizei a minha vida a partir de critérios, e um deles era o compromisso. Jamais cheguei atrasada num lugar porque quis. Se me impediram, foi porque algo grave aconteceu.
Deixo o baixo e os materiais no camarim. O local era todo branco. Lembrava muito a cozinha da casa da minha mãe. Fiquei meio sem graça ao entrar. Mas logo retornei a realidade. Chamei Bruno e André para ficarmos lá fora esperando as meninas chegarem.
O tempo passa. E nada. Vejo a Hargos passar o som e ir embora, enquanto o nosso horário está cada vez mais próximo. Vejo o fim se aproximar.
Sandra, está em cima do Palco, faz um gesto com as mãos. Era um chamado. Pela primeira vez vou lá em cima. Do lugar onde eu estava era imensa visão do local. Gostei das luzes, o jogo de iluminação era perfeito, profissional. O som, era grande, tinha caixas Marshall, o retorno do baixo tinha uma qualidade incrível. O dia tinha tudo para ser perfeito.
Chegando lá. Sandra me chama atenção. O porquê da demora. Fico atordoada, incomodada, com vergonha pela banda. Respondo apenas: “As meninas estão chegando”. O técnico de som já estava agoniado, dizia sempre: “Olhem o horário, temos que entregar o som cedo, a banda tem que chegar logo”.
Daí vocês já devem imaginar como eu estava né? As meninas chegam. Fico aliviada, e faço gestos para subirem logo. Mas para completar o ciclo stressante do dia, a baterista, Juliete, não leva os materiais necessários para ela mesma tocar. Pronto, foi o estopim. Meu sonho estava desmoronando cada vez mais, ali, bem na minha frente.
Falamos com Sandra novamente. Ela empresta as estantes. Fico muito grata por isso, porque ela não tinha obrigação nenhuma de nos emprestar. Mas com toda boa vontade ela concede. E falta a caixa. Onde arranjar a caixa? Não tem estante de caixa. Ah...vai tocar em cima do banco mesmo. Juliete monta, e o som da caixa está horrível. Fico triste. O sonho se tornou um pesadelo. O meu pior pesadelo. Tenho vontade de sair correndo. Pular aquele palco afora e gritar, gritar, gritar e gritar para espantar a raiva! Eu estava tão stressada que nem nervosismo pra tocar eu senti.
A primeira música, quem nem estava no repertorio, foi Arriba Arriba, só para fazer um pequeno ajuste no som, pois não dava tempo.
Ajota, nos apresenta. As pessoas olham para nós. Sinto novamente aquela ve
rgonha. Vergonha de tocar daquele jeito, naquele estado. Mas tocamos. Não lembro quantas músicas, nos disseram que foi 15 minutos a nossa apresentação. Para mim, duraram duas horas, de frustração. Não queria mais passar vergonha. Depois que abrimos o show com soneto, e vi a merda que fizemos, o meu dia era aterrorizante. Um azar na vida de qualquer músico. Que contradição. Sorte por tocar no Palco do Rock, e má sorte por fazer MERDA. SIMPLESMENTE MERDA.
Sou estou desabafando aqui essa angustia incrustada no meu peito. Me perdoem qualquer grosseria, mas eu tinha que falar. Era um sonho, um sonho um sonho, que se tornou, pesadelo, pesadelo. Eu queria agora entrar no filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” e fazer aquele tratamento para esquecer aquele dia. Eu realmente gostaria de deixar em branco esse dia. Um dia vazio, sem nada. Era o meu desejo. Alguém pode me presentear com isso?
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Atrasos. Atrasos. Nunca gostei do dito cujo. Sempre organizei a minha vida a partir de critérios, e um deles era o compromisso. Jamais cheguei atrasada num lugar porque quis. Se me impediram, foi porque algo grave aconteceu.
Deixo o baixo e os materiais no camarim. O local era todo branco. Lembrava muito a cozinha da casa da minha mãe. Fiquei meio sem graça ao entrar. Mas logo retornei a realidade. Chamei Bruno e André para ficarmos lá fora esperando as meninas chegarem.
O tempo passa. E nada. Vejo a Hargos passar o som e ir embora, enquanto o nosso horário está cada vez mais próximo. Vejo o fim se aproximar.
Sandra, está em cima do Palco, faz um gesto com as mãos. Era um chamado. Pela primeira vez vou lá em cima. Do lugar onde eu estava era imensa visão do local. Gostei das luzes, o jogo de iluminação era perfeito, profissional. O som, era grande, tinha caixas Marshall, o retorno do baixo tinha uma qualidade incrível. O dia tinha tudo para ser perfeito.
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Daí vocês já devem imaginar como eu estava né? As meninas chegam. Fico aliviada, e faço gestos para subirem logo. Mas para completar o ciclo stressante do dia, a baterista, Juliete, não leva os materiais necessários para ela mesma tocar. Pronto, foi o estopim. Meu sonho estava desmoronando cada vez mais, ali, bem na minha frente.
Falamos com Sandra novamente. Ela empresta as estantes. Fico muito grata por isso, porque ela não tinha obrigação nenhuma de nos emprestar. Mas com toda boa vontade ela concede. E falta a caixa. Onde arranjar a caixa? Não tem estante de caixa. Ah...vai tocar em cima do banco mesmo. Juliete monta, e o som da caixa está horrível. Fico triste. O sonho se tornou um pesadelo. O meu pior pesadelo. Tenho vontade de sair correndo. Pular aquele palco afora e gritar, gritar, gritar e gritar para espantar a raiva! Eu estava tão stressada que nem nervosismo pra tocar eu senti.
A primeira música, quem nem estava no repertorio, foi Arriba Arriba, só para fazer um pequeno ajuste no som, pois não dava tempo.
Ajota, nos apresenta. As pessoas olham para nós. Sinto novamente aquela ve
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Sou estou desabafando aqui essa angustia incrustada no meu peito. Me perdoem qualquer grosseria, mas eu tinha que falar. Era um sonho, um sonho um sonho, que se tornou, pesadelo, pesadelo. Eu queria agora entrar no filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” e fazer aquele tratamento para esquecer aquele dia. Eu realmente gostaria de deixar em branco esse dia. Um dia vazio, sem nada. Era o meu desejo. Alguém pode me presentear com isso?