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Wednesday, August 24, 2011

Escrever e ler, ler e escrever, um círculo vicioso

Apesar do título ruim, eis aqui um texto que escrevi pro blog Nathi e seus Livros. :D
Pensei em fazer o título virar um círculo vicioso também, que nunca acabasse e tragasse os incautos leitores deste blog a lerem-no eternamente, sem nunca chegar ao texto. Escrever e ler, ler e escrever, escrever e ler, ler e escrever, escrever e ler; ora bolas, é um troço viciante. Não tem como não tentar continuar escrevendo essas duas palavras em um ritmo contagiante que faria com que todos nós acabássemos pelados e com cocares de índios na cabeça, dançando a conga em uma roda-viva da alegria.

De qualquer jeito, o que eu quero dizer é que escrever e ler (ler e escrever) estão juntos, de uma maneira que poucas coisas estão relacionadas. Além de ler e escrever (escrever e ler), podemos citar... a unha e a carne, a casca e a árvore e o c* e a bunda. E outras coisas também, não duvido, mas como o tema são os livros, acho que é bom manter o foco.

Voltando ao assunto principal, como eu ia dizendo, é difícil, MUITO difícil encontrar um escritor que seja que não lê. Eu sou um escritor, eu vivo(ia) lendo. Agora já está mais difícil. A faculdade me incomoda e... bem, eu sou um vagabundo de marca maior. Por isso ando um pouco negligente a respeito das minhas leituras, mas, em geral, leio. Como eu disse, todos os escritores têm uma espécie de manha para ler. Todos eles, sem nenhuma exceção. Afinal de contas, esses escritores tiveram algum contato com o mundo literário, não é? E certamente ele aconteceu como leitores. Para exemplificar, eu comecei a ler com Harry Potter (como aconteceu com muitas outras pessoas, lógico), e, a partir daí, comecei a me interessar pelos livros e a pensar em escrever por minha conta.

O que me fez ter realmente vontade foi ler que a J.K. Rowling tinha escrito seu primeiro livro com muita pouca idade (não force minha memória, eu não lembro quantos anos ela tinha!), de um coelho chamado “Coelho”. Obviamente eu poderia fazer melhor, no auge dos meus 11 anos, ainda esperando pela minha carta de admissão em Hogwarts.

Minhas primeiras histórias eram, digamos a verdade, uma verdadeira bosta em formato de livro. Quando terminei o primeiro volume de uma trilogia chamada “Diamante Negro”, dei-o a meu pai para ler, e ele largou depois do primeiro capítulo. Minha mãe foi mais persistente, assim como uma professora que forcei a ler e corrigir. Hoje, o livro se encontra dentro de uma gaveta no meu quarto, esperando o momento para ser largado completamente às trevas do esquecimento.

Fato é que só comecei a melhorar na escrita conforme fui avançando em minhas leituras. Abri mão do Harry Potter por ora (já que a decepção de não ser bruxo havia me afetado profundamente, e porque os livros estavam demorando demais para sair), e parti para algumas séries diferentes. Minha primeira série depois da saga do bruxo foi “A Sétima Torre”, de Garth Nix. Foi o livro que me iniciou definitivamente na leitura e me mostrou como havia diversos mundos que eu ainda poderia conhecer e como sempre se poderia encontrar coisas novas para ler e aprender.

Quero dizer, com isso, que o círculo vicioso de ler e escrever (escrever e ler) é muito mais do que uma dança semi-pornográfica na qual estamos nus em volta de uma fogueira havaiana, mas, principalmente, um processo contínuo de aprendizado. É essencial que todos os escritores leiam, acima de tudo. Não só os escritores de livros, mas todas as pessoas que têm a incumbência de escrever, ou que escrevem apenas para o lazer. É necessário reciclar nossas mentes, ler coisas diferentes, nos renovar o tempo inteiro. Não adianta estagnar e acharmos que não temos mais nada a aprender, porque temos. Sempre há algo a ser aprendido e, em muitas vezes, apenas lendo seremos capazes de alimentar nossos cérebros com o conhecimento.

Falei bonito, né?
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