Do copo, o líquido derrama, gelado e silencioso pela pista de dança. Resposta aos movimentos efusivos do rock’n’roll. Pessoas em transe e olhares atentos exalam manifesto positivo aos protagonistas do show.
Alto, volume, raivoso. Movimentos de cima para baixo, cabeças instigadas pelo ritmo que não deixa parar. Parado mesmo é quem não admira, e comparece ao local porque antes o espaço era destinado a eventos caros e “chiques”.
Quem liga para isso?
O público contrastante, as vestes diferenciadas, a não preocupação com o esteticamente classificável. E lá vamos nós, em busca de show.
O horário, nunca é o pontualmente delimitado. Sorrio, porque sei que sempre foi assim e não mudará. Aguardo, a complacência dos músicos, mas depois que a performance começa, esqueço a agonia da ansiedade.
Uma menina tímida sobe no palco. Estranha ao microfone o maneja e reproduz o tom que parece agradável aos seus ouvidos. O restante da banda se preocupa com a afinação de cada instrumento.
Demora. Demora, não gosto dessa parte. Enfim, a apresentação começa e a menina que antes tímida, cresce no palco e toma o personagem que ela mesma define como Magdalene. Movimentos raros, personalidade própria, canto digno de aplausos.
O 7 de setembro de 2011 não me fez recordar data histórica, eu fui apreciar cultura. Cansei dos desfiles iguais de todos os anos, optei por motivação, rock, transcendência musical.