C63 tem combinação perfeita de carroceria, motor e câmbio
C63 AMG teve revisões no motor 6.2 V8 e potência subiu para 457 cavalos
A AMG não desperdiçou nem um só minuto para lançar a versão C63 do novo Mercedes-Benz Classe C Coupé. Mecanicamente, os C63 AMG cupê e sedã são idênticos, e o duas portas também tem o mesmo tamanho de seu irmão quatro portas. Mas a seção inferior da carroceria, a cabine mais íntima e o estilo mais esportivo fazem dele uma destilação mais competitiva da fórmula C63.
O motor 6.2 V8 é aquele que nós conhecemos e amamos, vindo diretamente do C63 sedã e de outros modelos da linha AMG. Nós amamos o ronco grave na ignição, a latida rápida durante as trocas de marcha em alta rotação, o rugido quando ele passa em alta velocidade, e, é claro, as tremendas respostas, que são lineares e sem trancos.
Mas o grande V8, na verdade, está de saída. Foi substituído por um menor 5.5 biturbo V8 no CL63 e no S63. O novo propulsor também equipa o novo CL63 AMG e, em 2012, tomará o lugar do 6.2 do E63 também. Por que não usá-lo aqui, então? A resposta, vinda do chefe de desenvolvimento da AMG, Tobias Moers, é que o 5.5 biturbo desenvolve mais torque do que o pequeno chassi do Classe C é capaz de suportar.
Aceleração de 0 a 100 km/h caiu pouco: de 4,4 segundos para 4,3 s
O C63 cupê nos deu nossa primeira oportunidade de dirigir o 6.2 em conjunto com o câmbio automático de sete velocidade Speedshift MCT na carroceria do Classe C. Esse conjunto esteve disponível em vários modelos da AMG desde sua estreia em 2008, no SL63 AMG, mas o C63 antes utilizava um câmbio automático tradicional de sete velocidade e conversor de torque.
Segredo está no câmbio
O MCT é simplesmente uma peça de equipamento fantástica. Os modelos da AMG há muito tempo são apenas automáticos, um fato que tem sido lamentado pelos entusiastas. Mas este MCT é tão bom e tão esperto que é difícil argumentar que até o motorista mais habilidoso esteja perdendo alguma coisa. Mais uma vez, a caixa de câmbio tem três modos. O padrão é Controlled Efficiency, que significa trocas macias, subidas de marchas em baixa rotação e a habilidade de conseguir os números de emissões e consumo menos embaraçosos possíveis. O modo Sport agiliza das trocas, e o Sport+ é ainda mais rápido, com a lógica que espelha o que um motorista entusiasta faria se estivesse no controle do câmbio. Também há um modo Manual, que mantém a marcha que você tenha selecionado até que o limitador de giros esteja quicando. Em qualquer dos modos, você estará sempre livre para pressionar as aletas no volante e trocar as marchas.
Pacote AMG inclui rodas de liva-leve, saídas de escape maiores e spoiler em fibra de carbono
Como no C63 sedã, o cupê conta com uma dianteira mais larga que o Classe C tradicional, com uma suspensão dianteira específica da AMG e um sistema multilink na traseira. As mudanças em relação ao C63 2011 incluem maior cambagem das rodas e molas e amortecedores revisados, estes para tornar a direção mais macia sem afetar a performance. Moer, da AMG, afirma que o modelo 2012 é um segundo mais rápido no circuito alemão de Hockenheim e que o tempo do novo cupê em Nurburgring é “bem próximo de oito minutos”. O C63 não oferece amortecedores ajustáveis pelo motorista, então o acerto ideal para uma experiência boa na estrada importante. Nós descobrimos isso exatamente no asfalto quente da região rural espanhola, mas pode ser algo totalmente diferente pelas ruas de outros países.
Teto panoramico dá mais conforto ao interior, mas adiciona peso ao esportivo
Como é o caso da transmissão, a eletrônica do chassi impressiona. O controle de estabilidade do modo Sport é mais generoso do que a maioria, permitindo que você explore livremente os limites do C63 antes que seja hora dele assumir (embora ele também possa ser totalmente desligado). Apesar do grande V8 na dianteira, o cupê parece ser bem balanceado, e há potência mais do que suficiente para perder a traseira. A direção é precisa e rápida e ajuda a manter o carro bem no limite, mas também auxilia na hora de trazê-lo de volta se você for longe demais.
E já que o assunto é exuberância, os freios do C63 são consideravelmente grandes se comparados ao do Classe C civil... 14,2 polegadas de diâmetro na frente de 13 na traseira, com todos os rotores ventilados e perfurados. Os dianteiros são de peça dupla em alumínio e aço, pressionados por pinças vermelhas Os freios são fáceis de modular, e eles seguraram bem durante nossa sessão na pista.
Interior traz acabamento que é convite ao espírito competitivo, com destaque para volante
O cupê não é muito menor que o sedã, nem mais leve – seus 1.730 kg são cerca de 77 kg mais pesados do que o C63 quatro portas. Parte do peso extra pode ser creditada ao teto panorâmico de vidro, que ilumina bastante o interior, e ainda assim cria um ambiente mais íntimo do que no quatro portas, principalmente por conta da linha do teto mais baixa na altura dos bancos traseiros. O motorista de um AMG cupê está bem posicionado atrás de um volante grosso e um painel reduzido. Os assentos esportivos de encosto alto mantém você no lugar sem confinar demais.
No exterior, o embelezamento do cupê AMG imita muito o sedã. Além do teto e do para-lamas redesenhados, há uma entrada de ar dianteira mais agressiva, uma sessão inferior mais proeminente e um difusor traseiro amplo. Um spoiler de fibra de carbono sobre a tampa do porta-malas também dá a dica que denota que este Mercedes tem um toque de AMG
Este duas portas extremamente bem arredondado deverá dar ainda mais apelo à linha C63. O quatro portas provavelmente constituirá a maior parte do volume de vendas, mas o cupê deverá representar uma em cada cinco vendas. A escolha para os compradores de BMW M3 e Cadillac CTS-V acaba de ficar mais difícil.
Fonte: revistaautoesporte
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