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Sunday, November 9, 2008

Psciiu! Gostosa!!

Você não gostou do título? Sentiu-se ofendida? Pois bem, muitas mulheres passam por esse constrangimento todos os dias…









A forma que muitos homens escolhem para reverenciar a mulher brasileira na cidade de Cachoeira é utilizar os apelidos mais desconcertantes achando que essa atitude é aceita por elas, porém, este é o jeito que menos agrada a maioria, pois muitas se sentem agredidas verbalmente quando qualificadas de maneira grosseira.

A estudante Daiane de Jesus, 24 anos, discorda desse modo de conquistar as mulheres e afirma já ter sido insultada na frente do próprio filho: “Estava passeando com o meu filho, quando de repente um rapaz me chamou de gostosa na frente dele. Aquilo doeu em mim. Não gostei”, e completa, “ainda por cima, o rapaz é casado, não respeita a própria esposa”. Além das palavras, gestos e olhares em determinadas situações também podem causar constrangimento. “O jeito como eles olham já diz tudo, a gente percebe o que eles querem”, diz a estudante.

O traje de uma mulher pode ser um convite a ser molestada ou não. Para evitar as situações desagradáveis, algumas mulheres moderam na escolha da roupa antes de sair de casa, é o caso da estudante Maria da Conceição Oliveira, que concorda com o uso das roupas adequadas ao local onde se pretende ir. “Tem meninas que vão à missa de qualquer jeito e não se importam com isso. Eu me dou valor, uso as roupas que acho que devem ser usadas no lugar certo”, confirma a Maria e acrescenta, “eu gosto de ouvir os elogios, não baixarias”.

Enquanto as mulheres precisam ter todo um cuidado especial para não sofrerem agressões na rua, os homens podem andar livremente sem preocupação, pois o insulto vindo do sexo feminino é quase inexistente. O eletricista Paulo Cardoso, 41 anos, diz que já teve a oportunidade de ser chamado de simpático, mas acha que falta coragem nas mulheres para tratar os homens da mesma forma que eles as tratam. Paulo confessa não ver problema em paquerar as moças dessa forma: “A maioria delas dá risada, gosta dos elogios. Apenas as mais bonitas reagem mal ou falam que vão contar ao namorado”, e ainda descreve, “certa vez chamei uma menina de gatinha, o namorado dela estava logo atrás, ele me chamou atenção e eu pedi desculpas”. Ele diz estar tentado parar com os insultos, porque acredita que o mundo está cada vez mais violento. “Tenho medo dos namorados ciumentos” confessa.

Mas qual a explicação para essa tendência abusiva dos homens? Paulo acredita que se não agir dessa forma as mulheres podem achar que ele é homossexual. “Eu aprendi tudo com o meu pai e também vendo na rua os homens tratando as mulheres assim, então eu também faço como eles”, confessa.

Segundo a policial militar Gilmara Assis, 33 anos, quando o abuso verbal passa para o contato físico “a vítima deve se dirigir imediatamente à delegacia da cidade e prestar uma queixa”.
Ação que não foi tomada por Caroline Santana, 14 anos, após ser forçada a aceitar as exigências de seu próprio primo. “Ele disse que se eu não deixasse ele me beijar naquele momento que em outra oportunidade ele me pegaria à força”, conta indignada. Ela pediu ajuda ao seu tio, mas não obteve a resposta que esperava: “Ele somente brigou com meu primo”, conta. Como se tratava de família, ela preferiu não levar o caso à polícia.
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