Dando continuidade a palavra solidariedade, conclui nesses dias, que existem pessoas que nunca te viram, nunca conversaram com você, mas que na hora certa podem complementar a sua vida com palavras sinceras, que fazem você se sentir, pelo menos um pouco melhor. Quem dera todos fossem assim. Atitude digna de aplausos.
Estava eu aqui matutando sobre algumas atitudes do movimento Rock’n’Roll de minha cidade. Geralmente, as pessoas pensam que na Bahia só existe axé, pagode. Não conhecendo um outro lado próprio, cheio de características intrínsecas, proveniente também de um gesto de solidariedade.
Essa semana recebi um convite da organização do evento “Rock na Quadra” para tocar com a minha banda lá semana que vem. Em que consiste esse belo projeto: Jovens de um bairro se unem, cada um contribui, por exemplo, com a bateria, amplificador, iluminação, e unidos fazem um show de rock, que está acontecendo todas as quartas-feiras, no bairro Jomafa, a partir das 18:00.
Lembrando que show de rock aqui nunca é levado a sério. Grandes patrocinadores só investem dinheiro em axé. Nós ficamos, meio que...a margem desse mundo. Então, se não fazemos, não temos. O povo está se movimentando e fazendo acontecer o inesperado. Shows semanalmente. Além disso, outro fato curioso desse evento é que, não existe um grupo fixo a tocar no palco. Qualquer artista pode chegar lá e dá a sua “palhinha”.
É com extrema alegria que comunico este evento a vocês. Porque quem participou da organização de um show, sabe o quanto é difícil seguir adiante sem uma ajuda financeira. E o pessoal está conseguindo.
Outro fato curioso é que até agora não houve registros de violência. Importante notar que atualmente, existem grupos que não podem estar no mesmo local que é motivo de pancadaria, digo a respeito dos “Emos” e “Punks” da minha cidade, Feira de Santana. No entanto, ambos estavam presentes e não entraram em conflito, de forma contrária a essa atitude, as ações desencadeadas pelos dois grupos acabam prejudicando a seqüência dos músicos e a harmonia do público.
Tem-se realmente de se questionar a respeito dessas manifestações, afinal o Rock sempre foi lembrado pelas ondas de protesto, letras desafiadores em prol da liberdade e igualdade. Então qual seria a explicação para, não só estes dois grupos, mas uma infinidade de rivalidade se aprimorar de forma tão consistente nos eventos, ou até mesmo em locais públicos como aconteceu outro dia no shopping da cidade.
O que ocorreu. Superficialmente falando. Estava um grupo de “emos” passeando pelo shopping, pois eles sempre marcam de se encontrarem lá nos finais de semana e de repente se chocam com um grupo de “punks”. Os dois grupos começam a se agredir verbalmente. Depois uns dos integrantes de cada grupo transformam o local, onde passam várias pessoas inocentes e que estão ali para se divertir, em ringue de luta. . É um fato curioso e triste, pois estes acontecimentos só mancham a imagem das pessoas que ouvem rock. Já somo repletos de preconceitos em relação ao ato de ouvir, imagine as pessoas que nos julgam vendo nós mesmos nos matando?
O engraçado também é que cada estilo tem suas peculiaridades. Os “punks” lutam tanto a favor da igualdade e, no entanto, não aceitam os “emos”, ou qualquer outro grupo que eles não considerem plausíveis. Ressaltando que estou falando de grupos de Feira de Santana – BA, não de outros locais, pois não tenho o porquê de generalizar este fato. E os “emos” aqui também são proibidos de fazerem shows, pois são sempre julgados pelos demais grupos. Não estou defendendo ninguém. Mas há de se concordar que tem gente aí sofrendo por não poder expor o que produz. Então, que o que significa as palavras liberdade de expressão e igualdade para esses grupos que às proclamam tanto?