Estava sozinha em casa, muitas vezes ninguém por perto significa bom momento para estudar. Concentrei-me na gramática procurando a sintaxe das palavras, mas em minha mente só estralava o “zum zum zum” do sujeito.
Quem era? Um mosquitinho que inventou de atrapalhar minha leitura ao deparar-se com a lâmpada. Suas asas batiam de encontro à luz, e o silêncio em que eu estava profundamente mergulhada tornou-se barulho, poderia compará-lo até mesmo a buzina de um carro.
Engraçado, como somente nos momentos em que estamos prestando muita, mas muita atenção em algo é que nos incomodamos com qualquer zumbidinho. Exemplo disso é que costumo a ouvir em casa músicas no meu celular em viva voz, não consigo colocar o volume no máximo porque acho o aparelho absurdamente alto.
Então resolvi fazer o teste no Shopping da minha cidade. Estamos tão acostumados com o som das pessoas e das vendas que não percebemos o volume nesse ambiente. Liguei o celular em modo MP3 e quem disse que dava para ouvir alguma coisa? Nada. O zumbido, dessa vez não foi do mosquitinho, mas das pessoas que incomodavam. E olha que eu nem quis ser a “DJ do Xopz”, era só um teste.
Voltando a minha casa, tentei esquecer o tal mosquitinho e prestar atenção nas classificações do sujeito, mas não foi possível, fiquei prestando atenção mesmo foi na cena, era até bonitinho ver o movimento rápido e eficaz de asas tão sensíveis.
Acho que ele notou minha curiosidade e girou pela sala como um avião caça em exibição. Depois foi embora. Agradeci pelo espetáculo e novamente peguei o livro, só que na mesma hora faltou luz.
Definitivamente hoje não era meu dia de estudo...