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Monday, February 16, 2009

Feminismo, quem sente, não desiste nunca


Sonhos. Quem nunca esteve esperançoso com algo? Hoje assisti a um filme que me fez repensar sobre algumas atitudes que eu iria tomar. Milk. A história de Harvey Milk, que para quem não conhece, foi um ativista americano, que lutava pelos direitos civis dos gays em São Francisco.

Nossa, a força de vontade que ele teve para enfrentar todos, a sociedade hipócrita, a policia que na época batia nos homossexuais. Era como se houvesse um batidão nos restaurantes e aquele que fosse considerado gay era preso e violentado.
Sabe. Ele tentou se eleger, e por muitas vezes foi vencido. Ele poderia parar por ali, viver numa vida de injustiças, se esconder atrás do armário e quem quisesse que lutasse. Mas não, ele lutou e ganhou.

Eu fico pensando às vezes sobre minha banda. É um ideal que tenho, o feminismo. Eu realmente quero mudar a sociedade. Pelo pouco espaço de tempo que atuamos em Feira de Santana com nossas letras e músicas, já deu pra perceber o que temos que enfrentar. Muito machismo. Garotos que não aceitam a gente tocando, fazendo o nosso trabalho porque acham que lugar de mulher é na cozinha. Ou então porque tem medo de que suas namoradas submissas se rebelem contra eles.


Já postei anteriormente que queria acabar com tudo, que não tenho mais paciência. Mas esse ideal me faz querer continuar. E daí volta à esperança. Pôxa, acompanho todos os dias as frases mais idiotas do mundo. O jeito machista de ser está impregnado em muitas pessoas que conheço, que nem se dão conta de como estão agindo. Até o meu namorado tenho que policiar, porque às vezes solta uma frases machistas. Mas se a gente não conversar, expor que aquilo é errado, como eles vão enxergar? Sozinhos? Duvido. Por isso quero continuar na minha luta. Sei que minhas palavras fazem diferença. E se todas as garotas fizessem o mesmo, o mundo seria outro para nós. E ao está a força da banda, mostrar que o feminismo existe. Que o machismo não acabou, mas pode estar mais atuante do que nós pensamos, como nas frases, nos gestos, atitudes, hoje é tudo implícito, você tem que ter os olhos feministas da percepção. E por isso muitas mulheres acabam concordando com essas atuações preconceituosas, justamente por não ter um conhecimento maior sobre o que está ao seu lado.

Muitas de nós fomos criadas para aceitar tudo como é. Meninas dentro de casa se discordam de algo que os pais lhe impõem logo é repreendida, seja com uma voz grosseira de “não, isto não é certo”, ou por um ato de violência. Então as vezes esse processo dificulta um ato de libertação. Então nosso papel, já que temos uma visão ampliada é mostrar para essas garotas que nem tudo é certo, e que você não precisa ouvir calada. Nossa, quantos shows de rock eu já perdi por apenas ser mulher? Inúmeros. Eu não fiquei quieta, eu conversei, eu gritei, eu me rebelei. Se eu ficasse quieta, talvez hoje eu nem tocasse algum instrumento. Talvez nem tivesse banda e nem fizesse shows, ou quem sabe nem estaria escrevendo tudo isso agora. Não me vejo vivendo uma vida de beleza, glamour.

Momento Tia. Uma tia minha de Salvador, gastou mais de quarenta mil reais em cirurgias plásticas. Sabe, ela estava devendo apartamento, estava com algumas dividas mais importantes do que ficar magra. Mas ela trocou tudo por isso. Bom, o pior de tudo foi o que ela disse. “Já pensou, eu arrumar um namorado e quando tivermos no ato ele ver as minhas pelancas sobrando?”. Percebe-se que em nenhum momento ela pensou nela. Ela pensou como um homem iria julgar o seu corpo, como se isso fosse de grande importância. Como se ela deixasse de ser quem ela é por estar gorda ou magra. Eu achei aquilo o maior dos absurdos. Ela disse que agora estava se sentindo mais mulher, que estava bem com o seu corpo se sentindo bonita. Mas o que é se sentir bonita? É seguir um padrão imposto pela mídia? Eu me sinto bonita quando eu sei conversar sobre algum tema e questiona-lo, e não por eu estar gorda.

A minha história é meio esquisita, porque em dois anos eu engordei muito. Hoje muitas pessoas que tem muito tempo sem me ver, praticamente não me reconhecem. E várias tias minhas, todas com complexo de magreza, me criticam, me julgam, me mandam entrar numa academia, fechar a boca, etc. Eu ODEIO TUDO ISSO! Porque eu juro que estou me sentindo muito bem como sou. Adoro comer besteiras. Claro que não como todo dia por causa da saúde, mas quando estou com desejo de comer um chocolate, vou lá e como, não tem essa besteira. Fico imaginando como deve ser a vida dessas pessoas. Exemplo: Um refrigerante na geladeira. Não, não posso! Tenho que me controlar, pois senão vou ficar gorda. E com aquele desejo imenso de beber o tal do guaraná. Deve ser frustrante viver assim, eu jamais quero passar por isso. Já me peguei com alguns desses complexos, porque elas enchiam tanto a minha cabeça que comecei a ficar grilada comigo. Depois o meu instinto FEMINISTA, me deu um toque, do tipo. Ei essa não é você! Para com isso. Você não é leitora de revista Nova nem está num concurso para modelos ou para entrar no Big Brother (porque pra entrar no programa, tem que ser gostosa...). Tsc. Baboseira.

Enfim, rodei, rodei, falei de vários assuntos e no fim ainda tenho esperanças de que tudo dê certo. Seja com a minha banda, seja com a minha profissão jornalista. O que eu quero é sempre disseminar o feminismo, e o que depender da minha esperança, estarei firme e forte lutando com ela, sempre.
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