
Hoje estou triste. Triste por não poder cantar os meus cantos. Triste por criar e não poder apresentar. E quando a inspiração parece não querer mais vir, você começa a aprender que nem tudo é como a gente quer, na hora em que a gente deseja. Todos os dias sinto vontade. Vontade de tocar, cantar, criar, compor, expor, notar, anotar, brincar...e muitos ar.
Mas eu percebo que nem todas as pessoas tem (nova regra gramatical) esse mesmo desejo, e eu dependo dessas pessoas. Imagine-se numa banda, onde você precisa da ajuda dos seus companheiros para criar um solo, fazer uma base, um acorde que combine com seus pensamentos. Faz muito tempo que não tenho essa maravilhosa experiência. E o tempo faz com que o desgosto tome conta da sua mente e você não sinta mais vontade de expor suas angustias e felicidades numa letra de música. Uma banda também é sinônimo de união. E se esse fator não existe é complicado dar prosseguimento as sensações. Elas são rápidas, passam. E depois não deixam vestígios para que as estrofes voltem e a música soe como você gostaria.
Já me peguei várias vezes pensando em abandonar o lado musical. As minhas primeiras bandas foram um desastre. Nenhuma dava certo. Já tive banda cover de Nirvana, banda de pop rock, banda de punk rock, hard core, new metal. Ufa...foram tantos estilos. Tantas emoções. Guardo todas as lembranças comigo. Cada uma teve sua especificidade que hoje compõe um pouco da minha história de vida e experiência profissional. Mas em todas tive esse desejo de sair, largar tudo e esquecer desse mundo que é de fortíssimas sensações, tanto boas quanto ruins. E estou nessa fase novamente. Encontro-me numa posição não confortável. Lembro que antigamente não conseguia escrever letras. Era algo difícil demais. Tentava e não conseguia simplificar os meus pensamentos. Hoje, depois de demasiado esforço, resumo com clareza alguns dos meus protestos, mas a maioria encontra-se em arquivo de computador, jogado, esquecido no canto sem hora para voltar. E isso me entristece. É horrível. Elas parecem gritar por mim, eu tento toca-las, mas é difícil, não posso fazer isso sozinha.
Por enquanto vou prosseguindo, deixando o vento levar. Talvez lento que virá ele diga como vai ser; alguns desejos são passageiros. Tomara que esse também seja. Os meus pensamentos estão aqui, como daqui a pouco também podem não estar. Talvez seja uma simples depressão do fim. Ou talvez do começo. Nunca se sabe.