Piada machista na Super Interessante

A super interessante sempre foi uma revista que acompanho desde muito jovem. Sua linguagem é diferente de outras revistas que falam sobre ciência. Ela parece transformar fatos absolutamente difíceis em histórias bem legais que dão para qualquer pessoa entender sobre, por exemplo, a física que as moscas utilizam para não serem mortas pelos seus predadores.

Porém, estava eu lendo as matérias e uma piada machista chamou a minha atenção. Eu queria scannear a charge onde ela está presente mas a minha impressora está com problemas, então vou descrever como tudo está bem explicito.

Primeiro a charge está para ilustrar a matéria “Nós usamos 10% do cérebro?”. Explicando. O texto da Michele Silva diz que tudo é pura lenda. Que o mito dos 10% surgiu entre os defensores da paranormalidade. Ou seja, eles acreditavam que quem utilizasse 100% do cérebro seriam pessoas que podem levitar, ler mentes, entortar garfos a distancia, etc, etc, etc. Até aí tudo bem. Nada demais com a matéria. Só que a maldita charge vem para falar no que as mulheres utilizam o cérebro.

A charge: Um médico está examinando uma moça. Ela pergunta: Dá para turbinar meu cérebro doutor? Ele responde: No seu caso, é melhor investir em outra coisa. Só que mais abaixo da tira tem o lembrete: “Descubra na página 44 onde a moça investiu a grana”.

Na página 44 há uma matéria sobre silicone. Ou seja, as mulheres não sua inteligência em mais nada que não tenha a ver com o corpo e beleza. Não tinha nada a ver a revista colocar essa charge, até porque a moça da figura tem uns seios bem turbinados e não precisaria fazer aplicação de silicone nenhum. Somente se ela estivesse a fim de ter um sério problema na coluna.

É ridículo como até nas revistas de ciência somos esculhambadas. Se era para ser uma piadinha feliz, a revista pegou mal dessa vez. Acho que ela tem rever alguns conceitos. Muitas pessoas que consomem a revista são mulheres, e assim como eu não gostei da piadinha, tenho certeza que outras mulheres também não vão gostar.

Tentei encontrar um fórum que debatesse esta questão no site da revista, mas não há um tópico sobre a matéria, porque ela é pequena e geralmente as que ganham destaque para esses fóruns são as grandes reportagens. Então resolvi fazer esse post como protesto. Se não posso falar no site, falo aqui minha opinião!