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Monday, May 18, 2009

Politicando de um jeito diferente



Esse é o semestre que estou mais gostando na faculdade. Primeiro porque estou tendo uma matéria sobre antropologia, onde estudo o movimento feminista e segundo porque estou tendo duas matérias práticas de jornalismo que giram em torno do rádio e da televisão.



Mas além destas disciplinas, estou freqüentando aulas sobre comunicação e política. Confesso que essa era uma das matérias que eu tinha mais medo de ter. Primeiro porque tinha uma visão limitada sobre política. Geralmente, a mídia banaliza tanto o assunto que fica parecendo que política se resume as falcatruas e fraudes da maioria dos políticos brasileiros. Então imagine entrar numa sala de aula para discutir leis ou lembrar dessas cenas? Realmente não seria a minha praia. A visão que eu e muitos dos meus colegas tínhamos era basicamente essa.



Logo na primeira aula tivemos um texto super chato sobre teoria, como alguns estudos estão isolados sendo que poderiam se relacionar e ampliar as discussões sobre os temas. Algo como, estudantes de rádio estudam sobre o comportamento das pessoas influenciadas por esse tipo de mídia. Sendo que não obstante outros pesquisadores analisam sobre as eleições. Por que não analisar também a influencia do uso do rádio nos resultados dessas eleições?



Ficamos meios chateados com a duração das aulas dessa matéria, algo como 6 horas no mesmo dia com o mesmo professor. A leitura desse texto foi fragilizada porque o lemos na sala, então geralmente ficamos dispersos, preferimos quando lemos em casa e discutimos em aula. Então, já tínhamos aquela concepção anteriormente citada sobre política e ainda o trauma dessa primeira aula. Só podíamos falar, portanto, o quanto a matéria era chata.



No entanto, no final da discussão desse texto, tivemos um papo legal com o professor, que nos explicou como trataríamos o assunto e daí veio a minha salvação intelectual.



É horrível você se deparar com algo que você já tem um conceito formado. No caso da aula, eu já freqüentava com aquela visão de que não ia ser bom e realmente não ia ser e pronto final. Mas nada melhor do que a explicação dos fatos e a quebra desse preconceito.



Hoje entendo política em qualquer âmbito. Nós fazemos política todos os dias. As nossas relações se dão dessa forma. É um jogo de poder diário. Algo do tipo, você mora com seus pais em casa, dentro desse espaço há regras fundamentais para o convívio diário. Seus pais é quem ditam as normas, e você tem que segui-las, mas para forjá-las ou conseguir uma liberdade maior, você aponta argumentos que te favorecem a mudar essa realidade, é ou não é um tipo de relação política? Essa foi só uma demonstração do quanto podemos ter uma discussão legal sobre política sem envolver escândalos e como podemos aplicar essa realidade em diversas outras intencionalidades.



O Príncipe Eletrônico



Amanhã teremos uma discussão a cerca do texto “O Príncipe Eletrônico” do Octávio Ianni. O que representou para mim mais uma vez um conhecimento sobre política de maneira adorável.





Lembram do príncipe de Maquiavel? Aquele que pode estar representado como um líder, ditador, patriarca, presidente, dirigente tanto quanto civil, militar, religioso ou intelectual? Esse príncipe seria regido pelas duas égides: Hegemonia e Soberania. Para alcançá-las é preciso que este príncipe tenha a “virtú”, algo como capacidade de liderança, pensamento e raciocínio que dialogam com a “fortuna” ou seja, as condições políticas econômicas e sócias culturais das qual seu território consiste.





Outro príncipe importante de ser lembrando para essa co-relação seria o Moderno Príncipe de Gramsci, que não mais seria representado em forma de um personagem, mas através de um grupo político que seria o Partido Político. Veja que a agora a decisão não é de uma pessoa, mas de um grupo que reúne seus interesses e dos seus seguidores como também de outros setores da sociedade indiferentes ou adversários a sua posição.



Tanto o príncipe de Maquiavel, como o de Gramsci são figuras fundamentais da Política. Neles estão a capacidade de construir hegemonias, simultaneamente á organização, consolidação e desenvolvimento de soberanias.



No entanto, a partir da evolução tecnológica e a criação das mídias eletrônicas, principalmente a televisão nos deparamos com um outro príncipe, que revela a visão do

mundo prevalecente nos blocos de poder predominante, o Príncipe Eletrônico.



Esse novo modelo de instauração do poder se dá de maneira pacifica. Como a maioria das mídias está ligada a grandes empreendedores, políticos ou entidades que exercem influência sobre esse meio é mais fácil e prático difundir suas idéias e manipular a consciência do cidadão.



A televisão além de informar entretém a população. Dessa forma, os assuntos que deveriam ter uma conotação séria, são projetados da mesma forma que os programas de entretenimento, como espetáculo.



Vamos trazer essa analise teórica a nossa realidade. Vejam a Rede Globo, por exemplo. As denuncias de corrupção na maioria das vezes não relatam a real situação do problema teatralizando um assunto que deveria ser de questão pública.



O caso das passagens áreas. A venda das passagens para o ganho de remunerações é um ato ilegal. É o nosso dinheiro que está indo para o uso pessoal do político, sem finalidade para os interesses de nós, cidadãos que pagamos as contas todos os dias. Perceba que a discussão não gira em torno dessa ilegalidade, mas como as passagens servem para os familiares, amigos e até estrelas da nossa sociedade. Claro que o que daria mais audiência, seria a Adriane Galisteu falando que estava horrorizada por ter viajado através do dinheiro publico. E a questão já muda de foco.



É mais ou menos assim que o Príncipe atua. “Ele” detém o controle dessas mídias, e não há nada que abale suas estruturas, afinal na maioria das vezes não ficamos sabendo de nada que acontece, e só depois vemos como aquele acontecimento interferiu na nossa vida, e não foi relatado pela mídia.



Como o próprio Otavio Ianni diz “O que singulariza a mídia é que ela realiza limpidamente a metamorfose da mercadoria em ideologia, do mercado em democracia, do consumismo em cidadania. Realiza as principais implicações da indústria cultura, combinando a produção e a reprodução cultural a produção e reprodução do capital, e operando decisivamente na formação das mentes e corações, em escala global.”.



Espero que minha breve analise de texto tenha mexido um pouco com vocês, vamos debater esse assunto comigo? O que vocês acham da política. Do Príncipe Eletrônico e da atuação dele. Vocês concordam, discordam? Vamos conversar um pouco :)

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