Quando eu era pequena achava que a vida se resumia em brincadeiras. O tempo não passava. As tardes pareciam não ter fim. Mera impressão de criança que passa o dia na escola estudando e tem o resto das 24 horas sem um significado definido. Não estou criticando o pensamento infantil, apenas recordando momentos dos quais eu realmente sabia que estava aproveitando a vida. Não havia compromisso com trabalho, a necessidade de viver em busca de dinheiro não se aproximava um centímetro de mim, afinal meus pais já estavam cumprindo esta árdua tarefa.
Engraçado como até o acúmulo de energia era diferente. Eu pintava e bordava pela manhã e não me cansava, ainda possuía energia suficiente para perturbar a moça que cuidava de mim, inventar misturas mirabolantes com ingredientes localizados na geladeira e sentar em frente a um papel e criar historinhas de moças e rapazes em conflitos pessoais.
Hoje, qual o sentido de viver? Já crescemos induzidos a estudar, passar num vestibular, ter uma profissão de sucesso e acima de tudo GANHAR DINHEIRO.
Quem inventou o dinheiro destruiu a criança que existia nos adultos. Me sinto roubada... Estou procurando aquela menininha em mim...