Eu estava pensando a respeito de uma coisa que eu não deveria ter feito, de que me arrependo. E comecei a pensar no que poderia estar acontecendo hoje caso eu não tivesse feito essa maldita coisa. Imaginei que certamente as coisas seriam diferentes, mas será que seriam diferentes para melhor? Até que ponto as coisas seriam melhores se eu não tivesse feito tal coisa?
E até que ponto o que realmente aconteceu é ruim?
O problema não é tanto o fato de não existir uma máquina do tempo e nem nenhuma maneira conhecida de voltarmos nele - afinal, o tempo é constante. Não sei se vamos conseguir, um dia, encontrar uma maneira de curvá-lo de tal forma que possamos acessar o passado.
O problema não é esse. O grande problema é o arrependimento. Todos nos arrependemos. Eu me arrependo de muitas coisas que fiz e de muitas mais coisas que não fiz.
Temos que ser convictos no momento de nossas escolhas, e temos de escolher certo. Nem sempre isso é possível, é claro, mas é justamente por isso que temos de tomar o máximo cuidado para que nossas escolhas sejam quase sempre certas. Não vamos acertar sempre, mas se pensarmos nas consequências de nossos atos e em quem vamos afetar com nossas escolhas, certamente teremos uma chance muito maior de acertar do que se não o fizéssemos.
Não vamos ter uma segunda chance, por isso não podemos escolher errado. O tempo não vai voltar. E as escolhas que errarmos, e as que já erramos, é melhor esquecê-las. Não vamos perder nosso tempo pensando no que já passou e no que poderia ter sido. Afinal de contas, o tempo já passou.
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Entrevista para o blog Inspirazione
