Em comemoração às 7 milhões de visitas no blog, decidi fazer um comparativo naquele estilo dos primeiros meses do BA, de volta às origens. Por falar em resgate de velhos tempos, a VW trouxe o Santana de volta à tona com o lançamento de seu novo sedan médio com o velho conhecido motor AP 2.0. Nada mais justo que alinhá-lo a outro clássico nacional, o Chevrolet Monza, cuja atual geração foi lançada em 2005.
O atual Monza foi lançado numa época em que todos os seus pares, como Civic, Corolla, Focus, entre outros, encontravam-se defasados. O estilo moderno e imponente do GM fez o Monza ser por alguns meses o carro da moda, carro de “rico”. Seu barato foi cortado pela renovação de seus concorrentes e hoje grande parte de seus compradores são taxistas.
Já o Novo Santana foi simplificado, perdendo o status de seu antecessor, ao menos na versão de entrada. Acabamento, motor, suspensão, tudo isso foi piorado em relação ao antigo Jetta, em nome da redução de custos. O consolo (nbsc) é que ainda há uma versão top, com um nível de sofisticação técnica que seu concorrente Monza jamais sonharia em ter.
Enquanto o Monza é um projeto nacional, o Santana é um carro mundial, adaptado tanto para países desenvolvidos quanto para os “emergentes”. Ainda assim, os dois sedans se equivalem na simplicidade técnica e de acabamento. Chega de papo e vamos ao comparativo.
VW Santana 2.0 Mi TotalFlex
Desempenho ****
O AP 2.0 foi subestimado pela sua idade, mas o teste na pista trouxe uma grata surpresa: 0 a 100 km/h em 12,8 s e máxima de 198 km/h, com câmbio automático e álcool no tanque, provando que o Chuck Norris dos motores é plenamente capaz de locomover os 1.346 kg do sedan. O câmbio é bem acertado e o conjunto preza pelo prazer ao dirigir (não confundir com pilotar ou avuar, pra isso existe o EX turbo, de 200 cv).
Estilo ****
Segue a nova identidade mundial da VW, mas remete ao clássico Santana dos anos 80 e 90, com porte avantajado e linhas simples e elegantes. Em comparação ao modelo anterior, perdeu em esportividade.
Conforto ***
A suspensão firme faz a alegria dos pilotos de fuga de plantão, mas não é a mais indicada para seus donos idosos. Junte a isso um acabamento equivalente ao do Fox e a sensação a bordo não será das melhores. Em compensação, o carro é completo e oferece amplo espaço interno, além de uma ergonomia bem resolvida.
Tesão ***
É novidade, mas é um carro morno. Não desperta grande paixão mas também não deve desapontar. Se quiser emoção, junte mais grana e leve a versão EX turbo de 200 cv.
Preço **
Com câmbio manual, parte de 65 paus, valor que pode ser considerado caro, pois apesar de ser bem equipado, o carro foi todo barateado. O Tiptronic sai por 70. E se rechear de opcionais, bate na casa dos 80 mil. VW careira como sempre.
GM Monza GLS 2.0 MPFI FlexPower
Desempenho ***
Ao contrário da VW, o marketing da GM não se esqueceu da cavalaria e num passe de mágica catapultou o velho Família II a teoricamente bons 140 cv. Mas na prática não é bem assim, fato evidenciado pelos números: 0 a 100 km/h em 13,9 s e máxima de 188 km/h, também automático com álcool. Ou seja, leva benga do Santana, que supostamente tem 20 cv a menos.
Estilo ***
Herdado do antigo Opel Astra, já foi lindo e maravilhoso, mas hoje dá sinais de cansaço. O GL calotão e a presença massiva nos pontos de táxi só ajuda a avacalhar a porra toda.
Conforto ***
A suspensão macia e o generoso espaço interno são ideais para os pais de família. Por outro lado, os equipamentos estão apenas na média e o acabamento nunca foi referência.
Tesão **
O pouco tesão que lhe resta está no top Classic SE e na versão hatch. No mais, o único tesão é de estar num sedan médio. De resto, é um carro comum e já com idade avançada. Apesar de tudo, é um dos poucos carros ainda bonitos da atual linha GM, cada vez mais tensa e jurássica.
Preço ***
Na época do lançamento, era extremamente caro, mas o tempo passou e hoje um dos argumentos do Monza é o custo-benefício. Os preços de tabela variam entre R$ 58 mil (GL manual) e R$ 72 mil (Classic SE). O modelo avaliado, o intermediário GLS, sai por R$ 62 ou 66 mil, com câmbio manual ou automático, respectivamente. Mesmo assim, está longe de ser uma pechincha.
Veredicto
- VW Santana: 3,2
- GM Monza: 2,8
Apesar da evidente diferença de idade entre os projetos, a briga acabou sendo mais acirrada do que o esperado. Os dois carros foram bastante mornos e não se destacaram em nada. O Santana levou vantagem pelo estilo mais atual e o desempenho melhor, apesar da baixa potência. Ao Monza, restou apelar ao preço para se defender de um concorrente atualizado. Entre os dois, fique com o Santana. Mas garanto que vale muito a pena conferir os outros sedans médios…