E para não ficar em casa sem fazer nada, resolvi participar da rotina de trabalho da minha prima, que é gerente de um dos setores da Avon. Não vou falar neste post críticas sobre a empresa, não cabe a mim isso, mas relatar apenas o dia, eu nunca viajei tanto, para vários lugares em 12 horas.
Ás 8:00 saímos de Feira de Santana e fomos para Bravo, um interior do interior, do interior... Lá uma reunião foi realizada, explanação de produtos, dicas de vendas, e pedidos entregues a gerente. Cidade humilde, só tem uma pracinha, pude ver uma movimentação de forró, mas quando corri para observar da janela, já tinha passado. Acho que era alguma festa passageira.
De Bravo, viajamos para Ipirá, local onde minha prima reside alguns dias da semana, cidade sede. Organizamos os papeis, as caixas que precisam ser entregues, os produtos para devolução, almoçamos e próximo destino: Baixa Grande.
Já tinha ouvido falar bastante deste lugar quando era mais nova. Um colega meu sofria bulyiing dos outros por ser deste local, mas eu não entendia por que... E ontem pude ver que a cidade é pequena, local de pessoas humildes também, feirinha, praça, bem interior mesmo. Reunião, reunião .... Em Baixa Grande, percebi a quantidade daqueles carros chamados “pau de arara”, pessoas sendo transportadas sem o mínimo de segurança. Eu achava que era coisa de reportagens da Globo, que nunca visualizaria um, e ontem, foi o que mais vi na cidade.
Na viagem, agora para Mundo Novo, vi a pobreza chegando ainda mais. Moradias fixas no acostamento de pistas. Acredite. Barracos, pessoas morando distante de cidades, de água, comida, de tudo. Fiquei me questionando como elas poderiam sobreviver ali, no meio do nada. Mas a resposta não veio a mente.
Um caso engraçado. Avistei homens no cavalo com aqueles chapéus e roupas típicos de cangaceiro. Mas eu achava que hoje, eram apenas fantasias, mas não, as pessoas ainda se vestem daquele jeito, roupinha de couro, eu estava achando o dia bem folclórico.
Chegamos a Mundo Novo, a cidade, bem organizada, estava fazendo frio, e tinha uns redutores estranhos. Sabe o quebra-mola? É comum que a ondulação seja exposta, ou virada para cima. Mas, neste local não, é como se fosse um buraco em forma de onda e quase não tem sinalização, se algum carro vir em alta velocidade, é um desastre. Chegando lá, mais reunião e coisas do trabalho que prefiro não comentar.
Chorei de rir com os filhos das vendedoras, menino inventa tanta arte... Enquanto minha prima trabalha fiquei observando as duas crianças que não paravam de aprontar. Eles pegavam pedra, quebravam, jogavam na parede, depois corriam, fizeram xixi na porta dos vizinho, brincaram de cuspir... e a mãe já aos gritos.
De Mundo Novo, fomos a Macajuba, o pior lugar. Pista de acesso totalmente esburacada, sem iluminação, sinalização, o mato estava alto, as placas cobertas, foi horrível. Chegamos lá, não demoramos muito.
Voltamos a Ipirá, ah, esqueci de dizer, já tínhamos quase 10h de viagem....
Depois de abastecermos o carro, voltamos a Feira de Santana, ponto inicial, mortas de cansadas, mas durante a viagem muito som, rock para animar um pouco, e detalhe, minha prima faz esse percurso todo mês. Eu gostei do dia, nós colocamos todos os papos em dia, conversamos muito, no final as duas roucas, quase sem voz...