Origem/Ano: EUA, 2009
Duração: 162min
Gênero: Ação/Ficção-científica
Diretor: Zack Snyder
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Sinopse:
"Alguém está matando nossos super-heróis. É o ano de 1985 e os super-heróis se aliaram para revidar ao assassinato de um deles. Logo descobrem um sinistro plano que coloca toda a humanidade em grave perigo. Ao lutar para impedir a iminente catástrofe, os super-heróis percebem que são o alvo da destruição. Mas se nossos super-heróis se forem, quem nos salvará?"
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Crítica:
"Watchmen" é uma adaptação dos quadrinhos homônimos criados por Alan Moore para a DC Comics, pelo já conhecido diretor de "300" - também uma adaptação de quadrinhos - e, mais recente, "Sucker Punch - Mundo Surreal" - seu primeiro filme com roteiro original. Esta é uma história de super-heróis que, vendo pela sinopse, não parece de todo interessante. A sinopse não é capaz de realmente introduzir o clima do filme e todo o simbolismo e significância dele.
"Watchmen" engloba a história de heróis em decadência, tornando-se, aos poucos, pessoas normais e sofrendo com o fato de perceberem não serem capazes de se tornar pessoas normais. Mais de uma vez eles acabam se reencontrando, como quando a heroína foge de um lugar e o único lugar para o qual ela pode ir é a casa de outro herói.
O núcleo principal de personagens é composto pelo misterioso Rorschach (que narra a história conforme se conta o seu diário), Adrian Veidt (o homem mais inteligente do mundo e primeiro herói a declarar sua identidade em público, sendo que seu nome como herói era Ozymandias), o Coruja, a Espectral, o Dr. Manhattan e o Comediante (cuja morte instiga o primeiro a investigar assassinatos de super-heróis, para começar).
Todos os personagens são muito fortes, mas esse não é um mérito do filme, mas dos quadrinhos - que eu não li. Li em algum lugar que a personagem Espectral foi mal-interpretada pela atriz Malin Akerman, mas não vi problema algum com sua atuação. Achei que ela estava de acordo com o que o papel pretendia. Por outro lado, adorei o personagem Dr Manhattan, um físico que sofre com uma experiência e se transforma em energia pura. Sua história é interessante e, o jeito dele de pensar, fantástico. Apesar de as cenas em Marte serem relativamente esquisitas, o fato de ele construir uma estrutura com formato de engrenagens de relógios é muito interessante e, toda a cena na qual ele conta sua história e como se tornou o Dr. Manhattan, é, no mínimo, poética.
O filme é um tanto quanto violento, como em momentos nos quais são cortados os braços de um preso ou quando o Coruja quebra ao contrário o braço de um ladrão. Ainda assim, é interessante notar o efeito que o sangue e essa violência dão para a história, tornando-a mais sombria e criando o clima que ela pretende ter. A direção é típica de Zack Snyder, com cenas de ação bastante pronunciadas e hollywoodianas, com excessos de câmera-lenta e efeitos visuais que - pelo menos em minha opinião - agradam aos olhos e tornam as sequências muito bonitas - se é que dá para usar essa palavra.
Infelizmente não li a HQ para saber até que ponto a obra cinematográfica é fiel à em quadrinhos, mas, pelo que deu para perceber, pelos detalhes e comentários de pessoas que fizeram os dois, ela é, felizmente, muito fiel. E, por incrível que pareça, é também capaz de agradar a pessoas que não leram a história, o que normalmente não é possível. O que, afinal de contas, é ótimo. É difícil alguma coisa agradar os fãs e também os espectadores casuais ao mesmo tempo.
E, claro, não há como falar desse filme sem comentar a respeito de sua temática e a maneira como ela é abordada. A guerra nuclear, que, na época de lançamento da HQ, era iminente, agora não se torna mais uma grande ameaça - levando-se em conta a atual política dos países do globo, um pouco mais racional -, mas é interessantíssima no contexto. Como na cena em que se pergunta ao Dr. Manhattan o que ele achava do fato de que o relógio que contava o tempo para o holocausto nuclear (que aconteceria à meia-noite) marcava 4 minutos para o final de um dia, e ele dizia que o relógio era tão útil para os países envolvidos e as pessoas envolvidas quanto uma foto de oxigênio para alguém que se afoga.
O final da história, então, é genial. Não uma glória do filme, outra vez, mas dos quadrinhos e seu roteiro original. Apenas assistindo para descobrir qual é, mas é algo incrível e completamente verossímil, e racional, e inteligente. Genial, outra vez, por via das dúvidas. "Watchmen" não é um filme feito tanto para o entretenimento, mas, antes, como um símbolo e marco.
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Nota final: 5 de 5 estrelas