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Monday, July 4, 2011

O colégio e a pobre árvore solitária



A minha infância toda estudei no mesmo colégio e lembro que ficava morrendo de inveja das pessoas mais velhas porque podiam ficar do lado de fora do estabelecimento enquanto esperavam a chegada dos pais.

Eu nunca gostei de grades, até hoje isso me aterroriza, e naquela época eu tinha que ficar atrás de um enorme portão onde via os carros passarem e os adolescentes conversarem através de quadrados, literalmente eu via a vida ali fora de forma quadrada.

Quando completei 11 anos, eu alcancei o tão sonhado objetivo. Agora eu podia sair e caminhar até a árvore que ficava próxima á esquina. Eu adorava aquele lugar, o verde, e como eu era baixinha (ainda sou!), não conseguia sentar na árvore.

Mas foi ali que tive muitos momentos agradáveis e acho que todas as pessoas que estudaram no colégio Castro Alves de Feira de Santana devem lembrar-se deste lugar.

Tenho recordações de minhas paixonites. Certa vez eu fiquei louca por um menino, mas ele esperava seus pais do outro lado da árvore, dentro de uma loja. Ele ficava virado de frente para mim, e eu ali na árvore fica observando seus movimentos.

Mas a árvore também foi palco de discussões. A mais intrigante foi quando eu briguei com uma colega de sala, a xinguei, ela também me insultou, um terror.

Recentemente, depois de muitos anos eu passei em frente aquele local e notei que a árvore não é mais a mesma, está velha, e parece que o tronco que era tão alto e rígido está caindo. Se naquela época eu não o alcançava, hoje poderia sentar-me facilmente.

Outro ponto que notei foi a ausência de pessoas. No meu período de estudante, podia ser a hora que fosse, sempre tinha alguém por lá. Agora, não. A árvore estava completamente solitária, nenhuma história para contar. Sua companhia tornou-se o lixo, quanta sujeira ao seu redor, fiquei triste com a imagem.

O colégio também retirou o portão de grades e quadrados, levantou um muro enorme, não dava para ver a movimentação interior, que antes era tão óbvia.

A violência escondeu as pessoas, as crianças, os adolescentes, a vida que tinha ali. Ninguém quer esperar a abordagem de assaltante, por isso, a achegada dos pais atualmente, é aguardada dentro da instituição.

Triste fim da árvore, sem companhia, sem pessoas, sem vida.
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