Hoje percebi que o mundo não era mais o mesmo. As pessoas não se cumprimentam mais, o bom dia ficou esquecido e ser parado em meio a rua para ser questionado sobre as horas, virou caso de extinção.
O contato com o outro, o medo de quem é você pode ser uma conseqüência das más notícias que assistimos diariamente. Não sei se aquela pessoa pode estar armada ou não, se pode ser violenta, então, melhor não incomodar.
Mas fui educada de forma diferente, não sei chegar num local e não falar com as pessoas. O velho “bom dia” está sempre na ponta da língua e há quem olhe espantado quando expresso as palavras com um belo sorriso.
Ás vezes me pego imaginando o que deve pensar o ser que fica chateado com o gesto :
– Está louca? Nem me conhece e já está dando bom dia?
Como se a gente só precisasse falar com as pessoas que convivem em nossa casa. O estranho, claro, pode ser ignorado, assim como fazemos quando transitamos pela rua e um mendigo está no chão deitado, sem dinheiro e com fome.
Infelizmente, não consigo agir desta forma. Ignorar. Dói. A essência do ser humano é ser social, precisamos conversar, falar uns com os outros. Viver de forma isolada é estranho e isso começa a ser sintoma dos problemas atuais tecnológicos que já falamos aqui exaustivamente.
Portanto, pelo menos um “bom dia” ainda vale a pena acrescentar no nosso dia-a-dia, não acha?