
Monótona. Assim defino a maioria das minhas viagens diárias. É sempre o mesmo verde através do vidro. Talvez não seja. Tudo muda de acordo com a estação, mas eu não percebo, nem quero perceber. Prefiro abrir a minha mochila, pegar o meu mp4, e ouvir as músicas que me motivam chegar até o fim. Casos curiosos já aconteceram. Como a chegada de vários ciganos falando sobre suas vidas. Lembro ainda das palavras “Falto pagar 200 prestações de não sei quantos reais”, ou “skdfjsdklfjsdjfklsdjf”, não entendeu? Nem eu, elas também falavam em seus idiomas. Por um momento pareceu estar fofocando de mim ou das outras pessoas ali presentes, mas essa é uma resposta que nunca irei saber afinal elas mudam de lugar, de tempo, de vida, e eu continuarei indo e voltando para Cachoeira, até por mais ou menos um ano ainda. Como despedida, levei um empurrão “de leve” na cabeça e um singelo pedido de desculpas.
Mas, eu falava do verde. Às vezes é bonito ver aquele verde. Ele transmite paz. Um amigo já chegou a perguntar-me sobre o verde. Se não gostaria de viver num daqueles locais onde as casas estão completamente afastadas umas das outras, praticamente não há vizinhos, você isolado do mundo com o verde e a rede para dormir. Pense bem, por um lado seria ótimo. Eu colocaria um quarto só para a minha banda tocar, faríamos shows particulares toda semana. Teria um local sem barulhos, onde os meus livros seriam o meu mundo. Calor, onde? Não existe calor ali, a brisa acariciar-me-ia a todo o momento.
Nu. O nu. Andaria pelada, sem roupas desconfortáveis. Liberdade total. Mas por outro lado penso. E a energia? Em alguns lugares a transmissão de energia tem falhas, então como poderia eu, baixar os meus filmes e músicas sem as quais não posso viver? E o que seria da minha profissão sem o computador? Não. Não posso me acostumar com o fato de não ter as tecnologias presentes ao meu lado. Meu baixo ficaria aposentado né? Os ensaios com a banda, aliás, não aconteceriam como eu havia pensado anteriormente.
Luz,
olha aonde eu cheguei, de viagem a luz. Mas o caso é sério. Lembro de alguns dias atrás quando a tempestade acordou Feira de Santana. A energia faltou por mais de 24 horas em minha casa. Fiquei atordoada por não assistir meus filmes, não poder postar as minhas matérias e depender da casa dos outros para estudar, afinal, eu estava em semana de prova, e não tinha luz para enxergar os livros. Imaginem? Um terror. Eu não agüentava mais. Felizmente, houve um protesto no conjunto Centenário. Sim, conjunto o qual ficou reconhecido pela sua “metidez” exagerada. As pessoas não queriam dar entrevistas quando as árvores começaram a serem derrubadas do bairro quando o viaduto foi instaurado no local.
Continuando. O protesto aconteceu. Meu pai, um dos lideres ativo, queimou objetos, fechou a rua com outras pessoas e uma mulher, não sei o seu nome, mas UMA MULHER comandava todo o grupo. Logo, logo a Coelba, que não atendia aos nossos telefonemas, foi informada pela policia do protesto, e em poucos minutos alguém estava lá resolvendo a situação que tanto nos incomodava. Fato histórico para o bairro, merecia registro oficial.
No fim, eu chego lá, com luz ou sem luz.
Mas, eu falava do verde. Às vezes é bonito ver aquele verde. Ele transmite paz. Um amigo já chegou a perguntar-me sobre o verde. Se não gostaria de viver num daqueles locais onde as casas estão completamente afastadas umas das outras, praticamente não há vizinhos, você isolado do mundo com o verde e a rede para dormir. Pense bem, por um lado seria ótimo. Eu colocaria um quarto só para a minha banda tocar, faríamos shows particulares toda semana. Teria um local sem barulhos, onde os meus livros seriam o meu mundo. Calor, onde? Não existe calor ali, a brisa acariciar-me-ia a todo o momento.

Luz,

Continuando. O protesto aconteceu. Meu pai, um dos lideres ativo, queimou objetos, fechou a rua com outras pessoas e uma mulher, não sei o seu nome, mas UMA MULHER comandava todo o grupo. Logo, logo a Coelba, que não atendia aos nossos telefonemas, foi informada pela policia do protesto, e em poucos minutos alguém estava lá resolvendo a situação que tanto nos incomodava. Fato histórico para o bairro, merecia registro oficial.
No fim, eu chego lá, com luz ou sem luz.