
Pessoal, antes de tudo, queria assinalar que estou com falta de tempo para atualizar o blog todos os dias. A rotina de faculdade voltou e viajar se torna um hábito diário em minha vida, muitas vezes cansativo, afinal moro em Feira de Santana e estudo dois dias em Cachoeira, dois dias em Salvador. Quando chego, tenho que ler os textos e livros recomendados, faltando, portanto tempo para preencher este blog.
No último post contei um pouco sobre minha a viagem a São Paulo, enfatizando num brinquedo radical. Hoje quero transmitir a sensação de estar em um outro ambiente, onde clima e pessoas geram um outro ponto de percepção.

Logo quando cheguei em Campinas senti uma brisa gelada no rosto. Não era algo como estar numa sala climatizada por um ar condicionado. Era uma sensação natural, um frescor natural nunca sentido por mim antes, afinal as temperaturas em minha cidade não costumam a descer os 24°C.
Acostumada então com o calor da Bahia, ir a São Paulo mostrou uma diversidade no clima, que só passando por essas duas sensações para sentir que até o nosso ambiente não é algo uniforme. Fiquei muito feliz de ter presenciado essa brisa gelada no rosto. Confesso que fiquei apaixonada. A minha pele não ficava oleosa e mesmo com o frio o sol brilhava. Vejam que confusão na minha cabeça. Sol e frio? Isso não existe em Feira. Era a significação ideal para fazer e acontecer sem limites impostos por chuvas, afinal o sol estava ali forte como nunca, mas não fazia calor.

Como não estava acostumada, o capote foi o meu melhor amigo. Mas notei que muitas pessoas não precisavam dele. Era como se fizesse calor para elas. Estas pessoas moravam lá e estavam ambientadas em situações muito piores do que o frio que presenciei, por isso aquele “calor no frio”. Engraçado. Algumas me olhavam de modo estranho, afinal que frio era aquele que eu sentia. Mas elas não sabiam que eu não era dali, por isso o olhar cruel e o julgamento prévio.

À noite, a temperatura caía mais ainda. Além do capote, eu já usava luvas e um gorrinho para me manter aquecida. Eles estavam só de capote. Pensei, até que fim né? Vocês são insensíveis? Que tipo de pele é essa? Mas lembrei que se eles viessem na Bahia sentiriam um calor infernal mesmo estando com uma temperatura mais ou menos, a qual eu não sentiria tanto quanto eles.
Outro fator importante eram as pessoas e o modo de se vestir. Fiquei impressionada, primeiro, com a quantidade de pessoas negras, era quase inexistente, aquele lugar não parecia fazer parte do meu Brasil, o Brasil que estou habituada a ver. Eram pessoas muito brancas, dos ol

hos claros e cabelos loiros. Pessoas, muitas vezes frias. Um olhar e um sorriso meu ao encontro, por exemplo, de uma garotinha, não a faziam sorrir, mas a me olhar de maneira curiosa, do tipo “O que esta menina está olhando?”.
Fiquei pensando se aquela situação era porque estava num local mais ao sul, onde as origens coloniais não são tanto portuguesas, portanto menos a

fricanas, ou se os negros existiam ali, mas estavam nas entrelinhas das camadas sociais. Infelizmente, quando viajamos as pessoas tendem as nos mostrar a beleza da cidade, e esquecem de pôr em questão os contrastes do mesmo local.
Como não tive a oportunidade de sair do parque e conhecer outros lugares de São Paulo fico eu em constante dúvida. E talvez se tivesse ido por uma excursão ainda sim, não teriam respondido a questão.
Enfim, o passei no parque foi divertido. Superei meus grandes medos, afinal nunca tinha ido a brinquedos tão radicais. Virar de cabeça para baixo era um

trauma para mim, nunca aceitei ir, mas Bruno me fez perceber as emoções contidas neles. Não digo que isso seja importante, e que nós devamos viver de radicalismos, mas que de vez em quando é bom rever os nossos conceitos e romper preconceitos.
Um caso irritante da visita foram as nossas esperas fr

ustrantes nas filas, como mencionei no post anterior. Depois que cheguei a Feira e visitei o site do Hopi Hari novamente soube que existe um sistema fura-filas. Ou seja, você paga para furar. É algo como quem tem dinheiro pode tudo. Enquanto eu e Bruno esperávamos horas em pé, pessoas que tinham pagado por um passaporte diferenciado e mais caro não precisavam pegar filas. Um desrespeito total as pessoas que estavam ali gastando horas por segundos de distração e que justamente por falta de tempo não teriam a oportunidade de passar em todos os brinquedos.