Depois de ler a reportagem do G1 sobre James Ellroy, autor americano de inúmeros sucessos como Dália Negra, fiquei abismada como algumas pessoas tem opiniões, estranhas, digamos assim.
Segundo ele, hoje em dia todos se acham escritores porque possuem blogs. Bom, se o conteúdo do site é relevante e há público que se interesse pelos textos, porque não denominá-lo como escritor? Mesmo que pratique a atividade somente nas horas vagas, acredito que haja bons profissionais utilizando a ferramenta blog. Afinal, escrever não exige mais o papel, basta um computador e pronto, está feito.
Mas, claro existe a diferença de bons profissionais e apenas amadores. O leitor é exigente e sabe quando o escritor é bom e tem talento, pois costuma a voltar ao site. Ao contrário do que pensa Ellroy quando diz: "Hoje todos se acham escritores: 'Oh, eu tenho um blog!' – dane-se você!"
Vou citar um exemplo... Eu sempre gostei de ler blogs e em 2006, um em particular me chamou atenção, foi o Escreva Lola Escreva. A blogueira escreve sobre tudo, desde textos bem humorados até críticas ferrenhas ao machismo. Sua maneira de analisar o mundo é tão fantástica que nunca mais deixei de acessar o blog, tornou-se um vício e até hoje costumo visitar a página.
E você acha que não a considero escritora? Claro que sim! Ela sabe expor suas opiniões de maneira clara, objetiva e não há porque não classificá-la como tal.

Eu não concordo com isso e acredito que classificar os autores desta forma é prejudicial. Hoje, temos a juventude que não dá tanto valor assim para leitura e ainda vem um escritor e fala uma besteira dessas, é para desestimular, não é?
O blog é um sistema interessante porque dá oportunidade para os anônimos publicarem aquilo que pensam sem precisar da avaliação de grandes editoras. É uma forma de tornar público aquilo que antes era restrito e isto é digno de aplausos.
Por isso senti a vontade de desabafar sobre a fala de Ellroy, pois quanto mais gente estiver escrevendo e gostando disso, mais é estimulada a prática da escrita e da leitura, pontos fundamentais, acredito, para a formação intelectual do ser humano.