O Estado de Indiana nos Estados Unidos anunciou recentemente o fim do ensino da letra escrita cursiva. É estranho pensar como a educação está mudando e que a forma mais tradicional de expressão está perdendo lugar para o digital.
Na prática, realmente é difícil usar a escrita com tantas extensões da mão possíveis no dia a dia como computador, tablet, iphone e tudo o mais. Porém, é notável pensar como o formato da letrinha ocupa um espaço poético no imaginário da pessoa que vos fala.
Lembro que na escola reparava nas letras das pessoas, ás vezes achava a minha horrível queria imitar, conhecia de cor de quem pertencia cada “a” torto salientado para a direita ou dependendo da pessoa, esquerda.
Dos amigos mais próximos, não precisava nem assinatura, já sabia de quem pertencia o bilhetinho passado de mão em mão até chegar a mim do outro lado da sala.
Se o ensino substituir também cadernos por computadores, acabou o momento mágico dos comentários em papel. Triste imaginar alunos robóticos aceitando tudo e questionando nada.
Para os desajeitados, o ensino da caligrafia era um bom companheiro. A forma moldada e a imitação das letras projetadas para se ter um formato mais exemplar de quem a escrevia moldava a personalidade escrita do aluno, mas características próprias sempre rodeavam os contornos, não deixando escapar a decifração de quem era o autor da palavra.
A caneta agora será o teclado. O lápis perde lugar, será aposentado? E daqui há alguns anos, nós estaremos colocando naquelas frases de nolstágia como "no meu tempo assistia Pato Donald, comprava Kinderovo por um real" e escrevia com letra cursiva.