
Entre os destaques do Salão Duas Rodas deste ano, duas homenagens a grandes heróis brasileiros do… automobilismo? Isso mesmo. A Kawasaki apresentou sua Ninja Fittipaldi, homenagem aos 40 anos do primeiro título brasileiro de Fórmula 1. Já a MV Agusta mostrou sua F4 edição especial Ayrton Senna, lançada em 2007 e limitada a 500 unidades, apenas uma no Brasil. A pergunta é: de qual delas gostamos mais?
Pintura
Ayrton Senna ainda era um adolescente quando Emerson Fittipaldi dominou a temporada de 1972 da Fórmula 1 com sua Lotus. Ganhou cinco das 11 corridas daquele ano e se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial, conquista que muitos se lembram só de olhar para seu bólido preto com detalhes em dourado e estampas do patrocinador, a marca de cigarros John Player Special.
A moto da Kawasaki traz as mesmas linhas douradas sobre a pintura metálica negra, com a numeração e assinatura feita à mão pelo próprio Emerson em cada uma das 50 unidades. As rodas e outras peças metálicas, como as pedaleiras e pedal de freio, também ganharam a cor do ouro, com pinças de freio vermelhas para quebrar.
Mais singela, a MV Agusta capricha nos detalhes para fazer uma moto mais luxuosa, não necessariamente remetendo ao Senna ou às suas conquistas. Um grande S estampado na lateral, no lugar do tradicional logo da F4 é a única referência direta. O restante ficou por conta da combinação grafite e preto metálico e o chassi preateado.

Motor
Confesso que fiquei frustrado ao saber que a Kawasaki do Emerson Fittipaldi não tinha recebido nenhum upgrade de performance. Ainda mais por saber que a homenagem não é gratuita: antes de pilotar carros, Emerson competia de motos. Mas no fundo nada disso é preciso. A Ninja 1000 modelo 2012 utilizada como base tem um belo motor de 1.043 cm3 capaz de gerar 200 cavalos de potência a 9.600 rpm, para os seus poucos 228 kg, e 11,2 kgfm de torque a 7.800 rpm.
A MV Agusta F4 oferece 174 cavalos encontrados a 11.900 rpm. Se traz menos potência, o toque é equivalente ao da japonesa: 11,3 kgfm lá nos 10.000 rpm, deve andar muito! Velocidade máxima prevista: 300 km/h.
Acessórios
A Ninja do Fittipaldi não tem nada de especial além da pintura para justificar os R$ 10 mil a mais no preço (custa R$ 69.990 contra os 59.990 do modelo de fábrica). Seus acessórios são os mesmos de qualquer outra ZX-10R, com exceção do banco personalizado.
Já na MV Agusta, tudo remete às pistas. A começar pelos freios Brembo “Serie Oro”, coisa fina. O amortecedor traseiro é um Sachs Racing, mesmo tipo usado pela Fórmula 1, e na dianteira há um garfo invertido Mazrocchi de titânio. Para fechar, a moto vem de fábrica com rodas Marchesini, extremamente leves e resistentes, também usadas no Moto GP. Além disso, ganhou para-lama traseiro e capa do escapamento de fibra de carbono.

Homenagem
2012 marca os quarenta anos do primeiro título de Emerson na Fórmula 1. Este é um feito e tanto, convenhamos, e merecia a criação desta Champion Edition. A personalização foi desenvolvida pelo próprio Fittipaldi em sua oficina na Lapa, em São Paulo, junto com seus funcionários Sandro e Roberto. Todas as 50 unidades produzidas são finalizadas lá mesmo. A primeira delas, a número 01, foi doada pela Kawasaki, que apoiou o projeto, e será leiloada na festa beneficente do empresário João Dória Jr. no final do ano.
E sobre o Senna? Bem, “existem campeões que destruíram recordes, pulverizaram pole positions e voltas mais rápidas e enfrentaram todos os tipos de desafios. Eles vivem em nossas memórias, são lembrados por suas corridas e pelos carros que eles pilotavam. Entretanto, existem exceções: quando pensamos em Ayrton Senna, nós não pensamos nele pelos símbolos do seu sucesso, nós vemos o retrato de um homem”.
Esta introdução da homenagem, retirada do site da empresa, não é suficiente pra você?
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br