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Thursday, April 2, 2009

As mulheres sob o controle incansável da beleza

É impressionante como nós mulheres, muitas vezes, sustentamos o machismo. Tudo bem, nós fomos criadas através dele, seguindo padrões, mas não custa nada parar para refletir um pouquinho sobre nossas ações.

Temos que enxergar como certas atitudes acabam sendo voltadas para nós mesmas. Vindo de encontro de forma muito mais maléfica.

Vejamos o fato presenciado por mim: Outro dia, estava eu na sala, vendo Big Brother com os meus pais, e de repente eis que vejo um preconceito tão comum diante das mulheres. Umas das participantes, a Francine, reproduziu algo que me chamou bastante atenção.

Não sei de cor, todas as palavras que ela usou, mas resumindo, ela descreveu que a maioria das mulheres, quando vê uma outra mulher, bonitona, “gostosa”, faz logo um julgamento, ou é puta ou não presta. Ela falou isso porque a participante Priscila rompeu esse tabu que ela tinha, demonstrando ser muito mais que um corpo.

Essa não é a primeira vez que vejo algo desse tipo. Sempre que o humorista Renato Piaba, vem a minha cidade, costumamos a ir, eu e o meu namorado assisti-lo. E certa vez ele mostrou um pouco do cotidiano das mulheres, e em um dos exemplos, ele apontou justamente esse tipo de preconceito que temos, ou que somos induzidas a ter.

Ele imitava um casal num restaurante. Quando uma mulher bonita passava, o rapaz seguia-lhe com o rosto sem nenhum tipo de disfarce, mesmo com a sua namorada estando presente. Logo em seguida, ela percebia, e começava a por a culpa daquela cena na mulher. E falava: “Está vendo ali? Só pode ser puta, não dou outro nome para isso”.

Eu fiquei com muita raiva no dia, não queria enxergar que esse fato realmente acontece. Mas por quê? Vamos lá. Basicamente muito sobre teoria feminista que sei é baseado nas obras da escritora Naomi Wolf. E no livro o Mito da Beleza ela explica como ocorre essa construção que temos. Acho que foi a melhor explicação que já vi para responder esse tipo de questionamentos.

Então, depois de anos de luta feminista, pregando o direito a educação, direito de trabalhar, votar e de ser votada, de lutar contra o sexismo, dentre outras vertentes do feminismo, vamos perceber uma substituição de valores.

O que era cuidado antes, como a virgindade, passa a ser renovado por um outro tipo de preocupação. O da beleza. O que é para uma mulher hoje sair sem estar arrumada? Um sofrimento. Por que? Se sairmos “feias” vamos ser insultadas, se não cuidarmos dos nossos corpos, vamos ser agredidas. Devemos sempre estar preparadas para o encontro com o nosso tão sonhado príncipe encantado. Traduzindo, o mundo só acolhe as mulheres quando essas tem uma beleza radiante. Não adianta estudar, se esforçar, ter um intelecto de invejar. É preciso seguir os padrões de beleza. Mas isso não ocorreu assim, de uma hora para outra.

Com o advento do capitalismo e a percepção que visava às mulheres como grandes consumidoras. Não seria nada mal inventar milhares de produtos, que muitas vezes, não resolvem nada, para que estas, alucinadas, comprem até não querer mais, não é? Roupas novas, batons, cremes, produtos de beleza, sem falar das cirurgias e tratamentos médicos para o rejuvenescimento, tudo isso altamente massificado pela mídia.

Com isso, não estou dizendo que ninguém deve ter sua higiene. Claro que sim, adoro perfume, cheirinho agradável. Mas vocês tem que convir que há produtos sem efeito algum e bastante desnecessários. Que são comprados por ilusão mesmo.

Mas voltando...Essa busca pela beleza, fez com que começássemos a nos ver numa competição desenfreada por quem ganha o espaço. É como um cachorro que marca o território com o xixi, ao invés disso, nós marcamos com única e exclusivamente a produção. Quanto mais produzidas, mais chamamos atenção. Porém, observe que o cachorro age de forma instintiva, conosco não. Fomos induzidas a tal processo. E daí que quando vemos alguém bem mais “bonita” que nós, começamos a guerra. Julgamos a pessoa simplesmente pela beleza. Novamente, existe outra explicação para adicionar a tudo que já falei. Sempre fomos vista por isso, não temos “inteligência”, então reproduzimos novamente um conceito machista, de que só temos corpo, cabeça não, ou como certo padre falou alguns dias atrás, a distância entre as orelhas das mulheres é minúscula. Percebe o trocadilho?

Não vou dizer que nunca fiz nada desse tipo, já fiz sim, muitas vezes já julguei, falei mal. É realmente normal, quando não temos uma outra visão sobre o assunto. Hoje não, prefiro muito mais admirá-las, afinal o sexo feminino é tão bonito. Eu definitivamente amo as mulheres. E vocês? Já viram casos parecidos, tiveram atitudes como esta? O que vocês acham...gostaria de saber a opinião de todos sobre este assunto que tanto me incomoda.
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